sábado, 2 de janeiro de 2010

PARA O CATÁLOGO DA EXPOSIÇÃO

Introdução


A pintura de Docas, na diversidade, demonstra nas suas vertentes, tanto a abstracta como a realista, a extrapolação de uma sensibilidade e a aptidão, por certo há muito latentes, que surgem agora com acentuado vigor.
Nesta exposição, a atmosfera que transpõe em cada quadro é, à primeira vista, de solidão, silêncio, inabitabilidade dos ambientes, realçados pela claridade e pela sombra. Mas neles logo adivinhamos a proximidade de quem está ou vai chegar, de quem lhes deu a harmonia e a cor das coisas que falam do seu gosto e da sua maneira de viver. As pessoas estão lá, não estando.
As telas parecem querer reproduzir em acrílico ambientes e vivências com a precisão da arte fotográfica. Retratar um lugar. Captar um momento...
Convém , alías, mencionar aqui a longa e frequente convivência da pintora com a fotografia, a sua experiência na elaboração de colecções e de publicações neste domínio, e até mesmo, o prazer com que se dedicava, criativamente, à organização de colectâneas e albuns privados. Paixão antiga que, seguramente, terá influenciado muitos dos seus trabalhos.

ANA DE NORONHA

Janeiro 2010

4 comentários:

  1. Sim. Na verdade fui muito influenciada pela fotografia. Durante vários anos, o Fernando, dedicou-se à fotografia artística e eu, era a sua crítica na selecção e recolha desse grande reportório. Foram horas, dias, meses e anos de trabalho. A decisão de escolha era sempre complicada. Colaborei numa colecção de "slides", publicada pela Secretaria de Estado da Emigração e das Comunidades Portuguesas, que correu por várias Associações Portuguesas espalhadas pelo mundo e na edição de um livro "Sintra e as suas Quintas. Também me entusiasmei na preparação de um programa de "Fond enchainé" (não sei se o fancês está correcto, mas é um sistema de visualização de imagens que vão desaparecendo lentamente, enquanto que a próxima imagem aparece, fundindo-se umas com as outras. Encadeadas. Este programa foi apresentada para uma grande empresa de pasta de papel e inaugurada com toda a pompa e circunstância, pelo então Presidente da República, Ramalho Eanes.
    ETC ETC...

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  2. Maria Manuela Aguiar disse:
    Lembro-me bem do sucesso que tiveram esses slides da SEECP. Ainda tenho um exemplar de cada um dos cadernos de "slides" das várias regiões do País, que o Fernado Calado Correia produziu, com a ajuda da Docas.
    Originalíssima foi também uma medalha concebida pela Docas para a SEECP que, tendo uma base ligeiramente mais larga do que o topo, se mantém na vertical, sem necessidade de apoios externos.

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  3. Não gostei nada dessa medalha. Nem quis ficar com nenhuma, porque a desilusão foi grande.
    Tinha imaginado coisa diferente da que veio a ser executada...

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  4. Na SEECP fui, várias vezes, ao Brasil, Canadá e EUA a organizar e acompanhar exposições de serigrafia, artesanato, e até uma, muito frágil, de miniaturas de monumentos e arquitectura regional, que tinham de ser praticamente refeitas depois de cada longa viagem por ar ou terra. Trabalho manual...

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