quarta-feira, 15 de setembro de 2010

LUGARES DE AUSÊNCIA (Para o desdobrável)

No acrílico guardo memórias, para seguidamente as partilhar. Falo com pincéis, traços e cores sobre a tela, como quem fala com palavras sentidas.
DOCAS

NOTA BIOGRÁFICA

Maria Eduarda Aguiar da Fonseca.
Adoptou o “petit nom” de Docas desde cedo, na infância. Foi sempre estimulada pelos pais a interessar-se pelas Artes plásticas, a visitar museus, de que era frequentadora assídua em todos os países em que viveu - Inglaterra, França, Suiça, Angola - ou nos que visitou, na Europa´e nas Américas.
Começou as suas pinturas a óleo e, mais tarde, no acrílico, tendo feito experiências em várias correntes de arte moderna e contemporânea.
É também apaixonada pela fotografia artística, e, durante vários anos, dedicou-se à selecção e análise de fotografias, juntamente com o médico e fotógrafo amador, Fernando Calado Correia, tendo colaborado na edição de um livro “Sintra e suas quintas” e numa colecção de slides “Quadrantes de Portugal”, editada pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros.
Influenciada por esta arte, transpôs para a sua pintura ambientes fotográficos, recriando e reinventando pormenores, nas cores, nas sombras e luzes, ou então, incorporando elementos de várias fotografias, que, modificados, são adicionados numa só composição inovadora.
Participou pela primeira vez numa exposição colectiva no Auditório da Junta de Freguesia de Espinho, em Julho de 2007.
Em Fevereiro de 2010, fez uma exposição individual “Geometria da Luz”, na Biblioteca Operária Oeirense, em Oeiras.


A ARTISTA E A OBRA
A pintura da Docas é essencialmente uma forma de comunicar… sentimentos, emoções, ideias de beleza e de plenitude.
Por isso há sempre dois tempos numa espécie de viagem do mundo dela para o nosso: um primeiro, que vai da sua imaginação ao acto do nosso próprio olhar para a livre recriação das emoções.
Nos quadros da Docas, eu vejo sempre as pessoas que neles não encontramos: nas maneiras de habitar o espaço, de o moldar a formas de estar e de conviver.
São os ambientes do quotidiano, numa geografia e numa cultura captados em infindos jogos de luzes e sombras, como que em fotografias reinterpretadas talentosamente em outras técnicas que lhes dão outras significações.
São “lugares de ausência” momentânea, marcados intensamente pela presença que se pressente. São lugares de simplicidade e de beleza, traços característicos da sua pintura, que mostra, nos poucos anos que já conta de experiências neste domínio, imensa versatilidade e capacidade de nos surpreender e encantar.

Maria Manuela Aguiar

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